Nenhum comentário 01/09/2013 às 21h12 - Atualizado em 01/09/2013 às 21h12
Desde que o Projeto de Lei do Ato Médico foi apresentado pela primeira vez no Senado Federal, em 2002, o CFP luta e se mobiliza para que o PL não seja aprovado da forma como está, já que restringe a atuação dos outros profissionais da área e cria uma hierarquização em detrimento da multidisciplinaridade consagrada pelo SUS. Ao longo deste período, conjuntamente com os Conselhos Regionais e outros conselhos da saúde, participou de inúmeras manifestações.
O Conselho Federal de Psicologia tem tido, historicamente, uma atuação destacada na defesa de temas de interesse coletivo e não corporativos na área da saúde. Um dos assuntos que mais preocupa a categoria no momento é o Projeto de Lei nº 268/2002, o qual se convencionou chamar de Ato Médico.
Desde o início de sua tramitação, o CFP e diversas categorias da saúde pública no Brasil, se mobilizaram pela não aprovação da matéria, que interfere no exercício de outras profissões da saúde. O CFP sempre esteve à frente das manifestações, como a que reuniu mais de 50 mil pessoas em atos realizados em diversas cidades e capitais brasileiras, em 2004.
Em 2009, o Sistema Conselhos de Psicologia enviou à Presidência da República, Senadores, Deputados, Ministério da Saúde e demais interlocutores, manifesto com preocupações referentes ao PL por ferir os princípios do Sistema Único de Saúde.
A Psicologia teve participação fundamental também na mobilização realizada em 2010, que levou profissionais e estudantes às ruas para mostrar à sociedade que este Projeto de Lei representa um retrocesso para o atendimento em saúde.
O CFP desenvolveu, ao longo de todos esses anos de tramitação, sistema de envio de e-mails aos parlamentares que estiveram envolvidos na discussão do PL, para que a categoria pudesse enviar seu manifesto com as razões pelas quais o Ato Médico é maléfico para a sociedade como um todo.
A Psicologia é responsável pela organização e atualização do site naoaoatomedico.org.br , que concentra o histórico de toda a mobilização, bem como materiais de divulgação, fotos e diversas outras informações. É um importante instrumento de mobilização não só para a categoria, mas para a saúde pública.
O CFP continua em vigília e mobilizado para que o PL não seja aprovada na forma como está, o que causaria grandes danos à sociedade brasileira, à medida que impede o atendimento integral à saúde da população.
No dia 10 de julho, a presidenta Dilma Rousseff, vetou parte do Projeto de Lei que, ao regulamentar a Medicina, interferiria nas atividades das outras categorias da Saúde. O CFP saudou a decisão da presidenta e comemorou o fato de os vetos valorizarem o trabalho multiprofissional na Saúde e, em especial, no Sistema Único de Saúde.
Esta é uma vitória do esforço de mobilização das e dos profissionais da Psicologia que, ao lado das diversas profissões de Saúde, mantiveram aceso por 11 anos o debate sobre o tema. Nos últimos meses, a categoria atuou nas ruas e na internet de forma excepcional, garantindo a exposição do tema na sociedade.
O CFP apoiou a decisão da presidente Dilma que, em seu veto, defendeu o Sistema Único de Saúde e a atuação integrada dos profissionais da área. A presidente ressaltou que a sanção do texto “poderia comprometer as políticas públicas da área de saúde, além de introduzir elevado risco de judicialização da matéria”. Vale destacar, ainda, que nenhum ministério emitiu parecer favorável ao projeto.
Durante o 29º Congresso Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), que ocorreu de 7 a 10 de julho, em Brasília, o CFP, ao lado de outros conselhos profissionais da área da saúde promoveram uma manifestação contra a aprovação do Projeto de Lei conhecido como Ato Médico. O protesto foi realizado durante o Congresso e, em coro, os profissionais pediram que a presidente Dilma Rousseff vete o PL.
A manifestação teve início do lado de fora do centro de eventos Ulysses Guimarães, em Brasília, que recebe o Conasems. Psicólogas (os), Terapeutas Ocupacionais, Fisioterapeutas, Nutricionistas, entre outros profissionais da área, ergueram faixas e gritaram frases como: “Se a Dilma não vetar a saúde vai parar!”. O ato chamou a atenção de quem passava pelo local.
No dia 4 de julho, cerca de 400 representantes de 13 categorias da saúde contrárias à aprovação do projeto, entre elas a Psicologia, protestaram, em Brasília, na quinta-feira (4) e, em coro, pediram que a presidente Dilma Rousseff vete o Projeto de Lei nº 268/2002, conhecido como Ato Médico. A Psicologia, em conjunto com o Serviço Social, a Optometria, a Nutrição, a Fonoaudiologia e outras categorias, tem ido às ruas mostrar os prejuízos que a aprovação do PL vai causar à saúde pública do País.
A passeata fez parte de um protesto maior intitulado “Dia unificado de luta pela saúde”, que levou às ruas, em todo o País, representantes das profissões da saúde, para lutar contra o Ato Médico e defender melhorias à área.
Antes da passeata, representantes de entidades da Psicologia, Enfermagem, Biomedicina, Optometria, Fisioterapia e da Frente Popular da Saúde foram recebidos na Casa Civil da Presidência da República, pelo representante da sub-chefia para assuntos jurídicos da casa Civil, Ivo da Mota Corrêa. O grupo apresentou novamente argumentos contrários à aprovação do PL do Ato Médico, defendendo principalmente o veto ao inciso 1º do artigo 4, que prevê que a formulação do diagnóstico e a respectiva prescrição terapêutica são atividades privativas dos médicos, ou seja, determina que só eles podem diagnosticar uma doença e decidir sobre o tratamento.
No dia 3 de junho, as profissões da saúde contrárias ao PL conhecido como Ato Médico foram recebidas pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Na ocasião, questionaram para onde será conduzida a política da área e reforçaram os argumentos contrários à aprovação do Ato Médico.
Antes da reunião com o ministro, os presidentes dos Conselhos, Associações e Federações da Saúde se reuniram para debater os principais pontos contrários à aprovação do projeto conhecido como Ato Médico.
No dia 27 de junho, a diretoria do Conselho Federal de Psicologia (CFP), juntamente com federações de profissionais e conselhos de movimentos em defesa da saúde, se reuniu com o ministro da Secretaria-Geral da presidência, Gilberto Carvalho, e a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, para solicitar o veto parcial ao PL do Ato Médico à presidente Dilma Rousseff. A delegação foi composta por aproximadamente 30 profissionais. O presidente do CFP, Humberto Verona, destacou projeto, se aprovado, vai prejudicar três milhões de profissionais e que centraliza as decisões da saúde em um único profissional, o médico, e rompe com a prática nos locais de trabalho.
Confíra Ofício nº136/2013 enviado a Presidenta Dilma Rousseff.
No mesmo dia, O CFP participou de uma manifestação na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, com outros profissionais da saúde e estudantes para pedir o veto do inciso 1º do art. 4º do PL, que estabelece o diagnóstico de doenças e a prescrição terapêutica como atividades privativas dos médicos, alegando que o dispositivo da forma que está diminui a autonomia das demais profissões da saúde. O grupo reuniu cerca de 100 pessoas, entre representantes da Psicologia, Fisioterapia, Enfermagem, Optometria e Serviço Social. Além de Brasília, ocorreram protestos contra o Ato Médico com a participação dos Conselhos Regionais em São Paulo, Recife, Rio Grande do Sul, Goiânia, Belo Horizonte, Manaus e Espírito Santo.
O CFP participou de uma reunião em 13 de junho com o presidente do Senado Federal, Renan Calheiros, uma semana antes da aprovação do Ato Médico na Casa. Na oportunidade, foram pedidas alterações no texto elaborado pelo Senado e pela Câmara, a exemplo do art. 4º, que estabelece como competências privativas da atividade médica o diagnóstico nosológico e prescrição terapêutica. Da forma como está, o projeto dificulta o acesso do usuário aos serviços de saúde, criando um possível aumento de consultas e impedindo o pleno exercício das demais profissões e a organização de especialidades multiprofissionais em saúde.
A CCJ do Senado aprovou, no início de 2012, o PL do Ato Médico.
No dia 25 de abril, a Comissão de Educação do Senado Federal realizou Audiência Pública para debater o PL, em que o CFP participou como expositor. A Audiência foi requerida pelo senador Cássio Cunha Lima (PSBD-PB), relator da matéria nesta comissão.
Em sua fala na audiência, o presidente do CFP apontou problemas no texto do Projeto que ferem o exercício profissional das outras áreas da saúde, impedindo a contribuição de todo o conjunto de profissionais da área para a promoção da saúde.
Verona pediu ainda que o Ministério da Saúde participasse das discussões sobre o projeto, tendo em vista que é no campo de atuação do órgão que a proposta causa seu impacto mais profundo, ao impedir o atendimento integral à saúde da população.
No dia 30 de maio, mais de mil manifestantes, entre estudantes, profissionais e usuários de serviços de saúde, participaram, em Brasília, da Mobilização Nacional contra o Ato Médico, organizada pela Frente dos Conselhos Profissionais da Área da Saúde (FCPAS) – Conselhos Federais de Psicologia (CFP), Fisioterapia e Terapia Ocupacional (Coffito), Biomedicina (CFBM), Biologia (CFBio), Enfermagem (Cofen), Farmácia (CFF), Fonoaudiologia (CFFa), Óptica e Optometria (CBOO) e Assistência Social (CFESS).
Em coro, os manifestantes pediram Sim à Saúde e Não ao Ato Médico e seguiram em caminhada até o Congresso Nacional.
As profissões da saúde foram recebidas pela senadora Marta Suplicy (PT-SP), pelo senador Zezé Perrella (PDT-MG) e pela Secretaria da Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES) do Ministério da Saúde. A senadora Marta Suplicy, contrária ao PL, se comprometeu a articular pela não aprovação do PL do Ato Médico. O senador Zezé Perrella também prometeu empenho pela não aprovação do PL. Na SGTES, as diversas profissões da saúde levaram os pontos que não são consenso no projeto e a preocupação com as consequências que a aprovação do Ato Médico traria ao trabalho multiprofissional na saúde.
No dia 27 de novembro, o PL recebeu pedido de vista por parte do senador João Capiberibe (PSB-AP), por entender que o assunto precisava de mais tempo para análise por envolver várias áreas da saúde que não estavam em consenso com o texto do Projeto.
O presidente do CFP mostrou sua preocupação, em conversa com o senador Capiberibe, sobre as consequências que a aprovação do Ato Médico traria ao trabalho multiprofissional na saúde.
Durante a Assembleia das Políticas, da Administração e das Finanças (APAF), no dia 15 de dezembro, os presidentes dos vinte Conselhos Regionais de Psicologia assinaram ofício circular apoiando iniciativa do CFP, que foi enviado posteriormente aos senadores, solicitando realização de audiência pública, na Comissão de Assuntos Sociais, para esclarecer pontos nunca consensuados no PL do Ato Médico.
Em dezembro, houve ainda uma reunião entre representantes do CFP, CRPs e outras entidades com o senador Romero Jucá (PMDB-RR), no Senado Federal, a fim de evitar a votação em regime de urgência da matéria, solicitada pela categoria médica. Na ocasião, o senador compromete-se com o pleito das entidades contrárias ao PL.
Mesmo com audiências públicas e debates reiterando problemas, sem haver qualquer consenso, o Projeto de Lei que trata do “Ato Médico” foi aprovado, respectivamente nos dias 12 e 19 de dezembro de 2012, pelas comissões de Educação, Cultura e Esporte e de Assuntos Sociais do Senado Federal.
Em audiência pública na Comissão de Constituição Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado, em setembro de 2011, a proposição foi debatida com diversas categorias na área da Saúde. Dois meses depois, o senador Antônio Carlos Valadares (PSB) apresentou parecer pela aprovação do projeto com alterações, mas em razão de um pedido de vistas coletivo, no dia 21 de dezembro, retirou a matéria de pauta.
O ano de 2010 contou com uma manifestação que reuniu 20 mil pessoas no Ibirapuera, em São Paulo, seguida por atos em diversos estados do País, como Florianopólis (SC), Fortaleza (CE) e Natal (RN).
No final do ano, o presidente do CFP se reuniu com José Sarney para que fosse viabilizada uma nova proposição legislativa que garantisse os direitos constitucionais da população brasileira.
Aprovado na Comissão de Assuntos Sociais do Senado, em 2ª votação, em caráter terminativo, o PLS 268/02, que dispõe sobre o exercício da medicina e que substituiu o PLS 025/02. PL segue para Câmara dos Deputados.
1 O CFP não considerava adequado que as demais profissões da saúde discutissem o quê os médicos deveriam ou não fazer em sua profissão. Apenas apontava que o projeto não ferisse autonomia das demais profissões e que não atingisse os princípios da atenção integral à saúde, base do Sistema Único de Saúde.
2 Em função disso o CFP retirou-se das negociações com a senadora e, por isso, manifestou-se contrário à aprovação do PLS 268/02.
3 Considerando que a ampla maioria das entidades estavam favoráveis à aprovação do projeto, o CFP considerou que este deveria garantir o exercício da Acupuntura aos psicólogos, conforme resolução do CFP, e que deveria ficar claro que as chefias de serviço de saúde podem ser exercidas pelos demais profissionais da área da saúde, no caso de equipe mínima com somente um médico.
4 O CFP apontou que seria ideal o projeto ser enviado ao Plenário do Senado porque isso permitiria ampliar a discussão sobre o Substitutivo para a base de todas as categorias envolvidas.
Os Conselhos Federais de Saúde realizaram grande manifestação popular em Goiânia, base da relatora do projeto, senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO). Os 12 conselhos profissionais, juntos, representam mais de cinco milhões de profissionais.
Uma carta aberta foi entregue à senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO), relatora do Projeto do Lei do Ato Médico, assinada por 86 entidades da área da saúde, reafirmando que o Movimento Nacional contra o PL defende a composição de equipes de saúde multiprofissionais e interdisciplinares.
Foram realizadas manifestações em diversas capitais brasileiras, que reuniram mais de 50 mil pessoas em movimento contra o Ato Médico. As categorias também entregaram mais de um milhão de assinaturas ao presidente do Senado, José Sarney.
Ainda em 2004, o CFP criou uma cartilha contrária ao Projeto e o site “Não ao Ato Médico”, reformulado em 2009 e que deu início ao sistema de envio de mensagens por email aos senadores.
Conselho Federal de Psicologia apresenta Moção de Repúdio ao PL 25/02 na 12ª Conferência Nacional de Saúde.
Participação do CFP em audiência pública, no Senado Federal, sobre Ato Médico.
Autor: ex-senador Geraldo Althoff, que é médico.
Foi aprovado em dezembro de 2002 na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado.
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